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Uma teoria dos signos e das afecções: Guilherme de Ockham e os fundamentos da crítica à teoria das species

Lendo o triângulo semiótico aristotélico, apresentado em Sobre a interpretação (c. 1, 16a 3-9), Ockham reformula a relação entre os elementos deste triângulo fazendo com que as palavras faladas e escritas sejam signos imediatos das coisas ao serem signos subordinados da afecção da alma. Essa operação ockhamiana parece apenas se fazer possível porque Ockham assume que a afecção intelectual a qual o Sobre a interpretação faz referencia seja a própria apreensão que o intelecto tem das coisas. Como consequência disso, temos a assunção de duas teses concorrentes: a de que toda apreensão intelectual e potencialmente um termo mental, e a de que não há a necessidade de qualquer intermediário entre a sensação e a intelecção para a apreensão das coisas materiais, isto e, não ha a necessidade da mediação de uma especie inteligível para a apreensão dos singulares.

Citação completa

OLIVEIRA, C. E.; Uma teoria dos signos e das afecções: Guilherme de Ockham e os fundamentos da crítica à teoria das species. ANALYTICA (UFRJ), v. 14, p. 195-225, 2010.