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Secretum Secretorum: o lugar do esoterismo nas cortes papal e imperial no medievo

O presente artigo discutirá o lugar das concepções esotéricas nas relações de poder em algumas cortes medievais. Para tanto se escolheu como objeto a obra Secretum Secretorum, o Segredo dos Segredos, texto no qual Aristóteles daria conselhos de governo a Alexandre, o Grande, conselhos esses de teor esotérico. A análise está centrada em dois grandes eixos, sendo eles sua circulação entre as cortes imperial e papal, como também as temáticas das quais tratava tal obra. Acreditamos que a reflexão acerca do trânsito de tal livro entre essas duas cortes medievais, bem como o conhecimento a ele atribuído podem colaborar para ampliar a discussão acerca do papel do esoterismo como ferramenta aplicada nas relações de poder envolvendo interesses papais e imperiais. Compreendendo o esoterismo como instrumento de hierarquização social, onde o seu conhecimento ou a sua ignorância seriam capazes de causar distinção entre os homens, entendemos que o Secretum Secretorum, e o poder atribuído aos seus ensinamentos, estavam inseridos nessa dinâmica de relações de poder voltadas a separar os homens entre “aqueles que não podem saber” e “aqueles que podem saber”.

Citação completa

MENDONÇA JÚNIOR, Francisco. Secretum Secretorum: o lugar do esoterismo nas cortes papal e imperial no medievo. História Revista, Goiânia, v. 22, n. 1, p. 4-18, jan./abr. 2017.