Em virtude de sua peregrinação à cidade santa de Meca, o muçulmano Ibn Jubayr (1145-1217) transitou por vários ambientes naturais e sociais. No seu relato de viagens (riḥla), em constante diálogo com o Alcorão, o livro sagrado do Islã, Ibn Jubayr registrou, por escrito, diversos campos das realidades que viveu. Dentre esses registros, estão os seus périplos pelo mar, cujas rotas pelo Mediterrâneo eram obrigatórias para um peregrino como ele, que saiu da cidade de Granada rumo a Meca. Neste artigo, analisaremos o testemunho de Ibn Jubayr, no que concerne às imagens marítimas, e as representações sobre o mar no Alcorão visando identificar, a partir da intertextualidade entre os dois textos, conteúdos e aspectos de um imaginário islâmico medieval.