Frequentemente evoca-se a ideia de que o Aquinate não desenvolveu uma doutrina sobre o belo e que sequer teria se preocupado em defini-lo. De fato, não escreveu nenhum tratado específico sobre o belo ou sobre a obra de arte. Contudo, ele não deixou de considerar as questões centrais acerca do belo e da obra de arte. A partir de sua doutrina do ser, da verdade e do bem é possível, quase como tecendo um belo tapete, apresentar com a devida fundamentação sua doutrina sobre o belo. O que nos surpreende é que o belo para ele não se reduz à apreciação sensível. O belo, enquanto um transcendental conversível com o ser, tem cadeira cativa na contemplação. De qualquer modo, a beleza se contempla no conhecimento da verdade, cujo cume é a própria contemplação da face de Cristo, fonte de toda verdade.
Citação completa
FAITANIN, Paulo Sergio. O Belo em São Tomás: da apreciação sensível à contemplação. Aquinate, Niterói, v. 5, p. 18-43, 2007.