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Legitimidade e poder da realeza hispano-visigoda, segundo a História Wambae de Juliano de Toledo (segunda metade do século VII)

O Reino Hispano-Visigodo de Toledo pode ser considerado como uma entidade institucional típica da Antiguidade Tardia. O século marcado entre a conversão dos godos ao catolicismo (589) e a rebelião do Duque Paulo contra o rei Wamba (672) foi caracterizado por várias tentativas de usurpação do poder régio, demonstrando uma intensa disputa entre os diversos grupos aristocráticos e nobiliárquicos que questionavam a autoridade e a legitimidade da realeza. Defendida pelos segmentos eclesiásticos do reino, a realeza hispano-visigoda encontrou nos Concílios um importante veículo para acentuar a sua supremacia ideológica e teórica sobre o conjunto das Gothicae Gentes. Deste ambiente eclesiástico surgiram importantes autores que defendiam a legitimidade e o poder da realeza hispano-visigoda, dentre os quais destacamos o bispo Juliano de Toledo, autor de uma interessante obra histórica, a Historia Wambae, fonte que apresentou a vitória do legítimo e sagrado princeps Wamba sobre o infiel e traidor duque Paulo.

Citação completa

FRIGHETTO, Renan. Legitimidade e poder da realeza hispano-visigoda, segundo a História Wambae de Juliano de Toledo (segunda metade do século VII). Espaço Plural, v. 15, n. 30, p. 89-116, jan./jul. 2014.