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Símbolos e rituais: os mecanismos do poder político no reino hispanovisigodo de Toledo (séculos VI-VII)

A Antiguidade Tardia (séculos II – VIII) é caracterizada pela historiografia mais recente como um período histórico marcado por significativas transformações e readequações políticas e institucionais. Mudanças que foram provocadas, em grande medida, pela definitiva fixação dos grupos bárbaros na Pars Occidentalis do mundo imperial romano a partir de meados do século IV. De fato, a presença de elementos aristocráticos bárbaros e o contato destes com seus congêneres romanos provocou uma reconfiguração das relações de poder promovendo, de forma paulatina, a institucionalização da realeza entre os bárbaros. Os regna romano bárbaros, constituídos graças à concessão da autoridade romana, colocavam-se como herdeiros imediatos do passado imperial romano tardio e, ao mesmo tempo, assumiram os antigos problemas de natureza política que antagonizavam os reges e os vários grupos aristocráticos que resistiam a autoridade e poder daqueles. Por esse motivo os reis romano bárbaros lançaram mão de estratégias pragmáticas, como o estado permanente de conflito, e teórico-imagéticas, como a readequação de símbolos e rituais anteriormente existentes, para reforçarem e legitimarem seu poder e sua condição política. Como exemplo efetivo destas ações práticas e teóricas, destacamos o reino hispanovisigodo de Toledo (séculos VI –VII) no período que envolveria os reinados de Leovigildo (569 – 586) e Wamba (672 – 680). 

Citação completa

FRIGHETTO, Renan. Símbolos e rituais: os mecanismos do poder político no reino hispanovisigodo de Toledo (séculos VI-VII). Anos 90, Porto Alegre, v. 22, n. 42, p. 239-272, dez. 2015.