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O livro procura compreender a agência camponesa na passagem do Mundo Antigo à Idade Média no contexto da Península Ibérica. Adota-se, portanto, o recorte que vai de cerca do ano 300 até por volta do ano 500, em função justamente de serem esses dois séculos os fundamentais para se entender o papel desempenhado pelo campesinato nas transformações profundas pelas quais passa essa região da Europa no momento de desarticulação do Império Romano.

O autor Eduardo Daflon, na Introdução, reflete sobre a relevância dos estudos camponeses e explora em linhas gerais os porquês desses agentes sociais serem tão pouco estudados e sobre o conceito de “camponês” como classe social e apresento uma caracterização geográfica e climática da Península Ibérica.

Daflon busca demonstrar, na Conclusão, que nos últimos momentos de vigência imperial os camponeses que estavam enquadrados sob graus de submissão elevados passaram a desfrutar de níveis de autonomia substanciais em boa parte do mundo ibérico. Segundo ele, algo que se deve à sua ação na luta de classes durante uma conjuntura favorável na qual enfrentaram a aristocracia de diversas formas, que variaram da revolta aberta até formas de resistência cotidiana. Os resultados desses embates entre campesinato e aristocratas produziram um mundo marcado por realidades regionais muito diversas na virada para o século VI. Dessa forma, o autor procura deixar claro o quão indispensável é o conhecimento do campesinato para o estudo da passagem do Baixo Império Romano à Alta Idade Média.

Para tornar mais claros os argumentos, deixar mais evidente a regionalização proposta e facilitar a compreensão dos leitores, no livro se encontram diversos mapas da Península Ibérica. Neles, todos os locais indicados no texto estão sinalizados por um número específico. Sempre que algum ponto é indicado no corpo do texto, ao lado dele está referido o seu código entre parênteses para tornar mais simples a sua localização. Também consta uma tabela onde todos os pontos mencionados estão ordenados de forma alfabética e associados aos seus respectivos códigos.

Citação completa

DAFLON, E. C.. Foice Livre: campesinato ibérico e transformação social entre fins do mundo romano e a Idade Média (c. 300 - c. 500). 1. ed. Niterói: EDUFF, 2023. 229p .