O artigo examina o emprego do conceito de dom (ou troca de presentes) pela medievalística contemporânea para enfatizar a ausência do seu emprego na análise de relações marcadas pelo conflito. Por meio da análise de três hagiografias produzidas na Península Ibérica durante o século VII, argumenta-se que o conceito de dom é um instrumento teórico importante para desvelar a produção e reprodução de relações desiguais. Durante o período em questão, essas relações estiveram na base de um processo amplo de expansão da dominação aristocrática sobre o campesinato através da generalização das relações de dependência pessoal.
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PACHÁ, Paulo. Dom e conflito: santidade e dependência pessoal no Reino Visigodo de Toledo. Notandum, Porto; São Paulo, ano 20, n. 43, p. 1-23, jan./abr. 2017.