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A monarquia visigótica e a questão judaica: ‘entre a espada e a cruz’

Este trabalho pretende oferecer um enfoque diferenciado, na análise das relações de poder, na Hispania Visigótica, no período inicial do reino visigótico-católico, entre o Terceiro (589d.C.) e o Quarto Concílio de Toledo (633d.C.). O personagem central desta época é o bispo Isidoro de Sevilha, autor de uma vasta obra literária, exegética e teológica, que exerceu forte influência sobre o clero, a nobreza e a maioria dos reis visigodos deste período. A contribuição do bispo hispalense no projeto de legitimação da monarquia que tinha como principal objetivo a busca da unidade política e religiosa do reino hispano-visigodo teve como uma de suas conseqüências, a necessidade de conversão religiosa dos grupos considerados alheios ao catolicismo niceno, dentre os quais estavam os judeus. A análise está pautada na obra isidoriana e nas suas concepções religiosas e políticas que contribuiram para a criação de conceitos que influenciaram tanto nas decisões e práticas conciliares como naquelas tomadas pelo poder régio. Numa breve análise, tentamos vislumbrar a conexão entre a almejada e idealizada busca pela unidade política e religiosa no reino hispano-visigodo com a política antijudaica desenvolvida pelos soberanos hispano visigodos de finais do século VI e dos primórdios do século VII.

Citação completa

FELDMAN, Sérgio. A monarquia visigótica e a questão judaica: 'entre a espada e a cruz'. Sæculum - Revista de História, João Pessoa, v. 17, p. 11-25, jul./dez. 2007.