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Mito e imagem do homem selvagem no medievo

O mito do homem selvagem teve sua origem em diferentes conceitos de “estado selvagem”, existentes no pensamento grego, hebraico e cristão antigo. No imaginário medieval, o homem selvagem tinha características semelhantes aos europeus, com exceção da longa cabeleira e dos pelos que cobriam seu corpo, exceto o rosto, mãos, cotovelos e joelhos. Destituído de faculdades racionais, vivendo ao ar livre, possuidor de uma força espetacular e desenfreada em seus desejos, era a própria imagem do homem liberto dos controles sociais, aquele em que todos os impulsos libidinosos tinham alcançado o domínio total. Na transição da Idade Média para a Era Moderna, o aspecto negativo do mito cedeu espaço a uma imagem mais positiva: de objeto de medo e aversão, se torna em elemento de inveja declarada e até admiração.

Citação completa

TATSCH, Flavia Galli. Mito e imagem do homem selvagem no medievo. Veredas da História, Seropédica, ano 7, Edição 1, 2014, p. 137-159.