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“Quel dan uenga sobre altre que sobre nos”: tolerância e pragmatismo no Llibre dels Feyts de Jaime I de Aragão (1213-1276)

O objetivo desse artigo é a compreensão das representações acerca dos sarracenos na autobiografia de Jaime I de Aragão produzida na década de 1270, o Llibre dels Feyts. Uma vez que os estudos medievais contemporâneos interpretam estas representações a partir de uma preponderância dos aspectos étnicos e religiosos ou de uma ruptura ocasionada pela primeira revolta de Valência (1244), faz-se necessária a análise das relações entre cristãos e muçulmanos, a partir de um conceito medieval de tolerância, a fim de abarca-las em sua complexidade histórica e ampliar as interpretações até o momento desenvolvidas, inserindo Jaime I no contexto Ibérico do século XIII. A análise do Llibre dels Feyts expõe a operacionalização de uma política pragmática frente às populações muçulmanas conquistadas, a tolerar aqueles que reconhecem a autoridade e legitimidade do monarca catalão-aragonês. De acordo com uma perspectiva orgânica e feudal os sarracenos foram incorporados aos territórios catalães e aragoneses, sem, contudo, desfrutar de um estatuto de igualdade.

Citação completa

SILVEIRA, Aline Dias da; ANDRADE, Rodrigo Prates de. “Quel dan uenga sobre altre que sobre nos”: tolerância e pragmatismo no Llibre dels Feyts de Jaime I de Aragão (1213-1276). Mirabilia, Vitória, v. 21, n. 2, p. 27-47, 2015.