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Visio Tnugdali e sua circulação nas Idades Média e Moderna (S. XII-XVI)

O propósito deste artigo é apresentar a importância da Visio Tnugdali, um relato de visão ao Além-Túmulo. Segundo Wieck (1990, p. 3) este é o relato visionário mais importante e conhecido no período medieval antes da  Divina Comédia de Dante. Apresentamos o percurso deste manuscrito no Ocidente, desde a sua versão original, composta no século XII, provavelmente em latim, pelo monge irlandês Marcus, passando pela adaptação latina do cisterciense Hélinand de Froidmont e outras versões. O manuscrito foi traduzido quarenta e três vezes em quinze idiomas e chegou a influenciar a produção artística, como, por exemplo, de Bosch, que conhecia o relato e se inspirou nele para retratar os suplícios infernais. Comentamos algumas edições em vernáculo que circularam na França, Alemanha e Portugal. O grande número de manuscritos conservados, bem como a existência de versões impressas (incunábulos) e com xilogravuras nos séculos XV e XVI atestam a sobrevivência desse relato na chamada longa duração, como uma espécie de um manual de comportamento cristão para clérigos e leigos. 

Citação completa

ZIERER, Adriana. Visio Tnugdali e sua circulação nas Idades Média e Moderna (S. XII-XVI). NOTANDUM (USP), [S.l.], v. 43, p. 37-54, 2017.