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Paraíso e Utopia: a obra Visions of the Knight Tondal (1475) em contraponto com as distopias futuristas

Para os homens e mulheres da Idade Média, a ida ao Paraíso depois da morte era o principal propósito, motivo pelo qual este lugar pode ser considerado uma utopia por excelência, espaço ao mesmo tempo, físico e espiritual de felicidade e bem-estar. De acordo com Le Goff (2002, p. 21), depois da ressurreição, que ocorre no fim do mundo, os “bons” vivem eternamente num lugar de delícias, o Paraíso. Porém para atingir este local, os humanos devem abster-se de pecar no mundo terreno. Assim, o lugar de plenitude se opõe diretamente ao Inferno, local das punições eternas. No intuito de afastar os indivíduos dali, foram compostas muitas narrativas, dentre as quais as viagens ao Além-túmulo. A Visio Tnugdali (Visão de Túndalo) é a mais conhecida dos relatos visionários e que teve maior difusão dos séculos XII a XVI. Neste artigo é feita uma reflexão sobre a utopia no Paraíso na obra Les Visions du Chevalier Tondal, produzida no século XV, com iluminuras de Simon Marmion, em contraponto com algumas distopias, em especial o filme Metrópolis, de Fritz Lang (1927). Mesmo na cidade futurista daquela película são mostrados elementos do Paraíso e Inferno, com analogias à representação cristã. A Visio Tnugdali através do Paraíso como espaço utópico, bem como as distopias da atualidade, nos auxiliam a refletir sobre a sociedade melhor e mais justa que desejamos.

Citação completa

ZIERER, Adriana. Paraíso e utopia: a obra Visions of the Knight Tondal (1475) em contraponto com as distopias futuristas. Revista Graphos, UFPB/PPGL, v. 19, n. 3, p. 33-58, 28 dez. 2017.