Este texto trata da representação de elementos considerados “medievais” no mundo dos videogames. Abordando a série Crusader Kings, ele investiga como os desenvolvedores do jogo operaram alguns conceitos caros à História Medieval, como dinastia (ou família), vassalagem e Estado, a fim de propor desafios capazes de entreter os jogadores. A problematização lançada sobre a obra passa por algumas perguntas: como o game retrata a dinastia ou a família medieval? Como ele compreende a vassalagem? Que conceitos tem de poder, feudalismo e Estado? Em vista delas, o trabalho objetiva fazer uma análise introdutória ao título, mediante o emprego de um método descritivo que observa, parte a parte, os elementos centrais do jogo. Partindo da premissa de que os videogames, enquanto obras da cultura neomedievalista, assumem e reconstroem visões particulares da História, a reflexão esboça uma hipótese: a de que, para dar significado aos desafios que deseja propor aos jogadores, o game veicularia uma verdadeira teoria digital do que teria sido a Idade Média, com o seu feudalismo supostamente intrínseco.
Citação completa
RIBEIRO, Felipe Augusto. Uma teoria digital do feudalismo: dinastia, poder, vassalagem e Estado no game Crusader Kings (2012-2020). REVISTA MEDIEVALIA, Cidade do México, v. 53, n. 1, p. 191-219, 2021.