A associação entre o ethos cristão do conhecimento – sintetizado por Agostinho e amplamente adotado pelos Padres medievais – e o método “científico” aristotélico – baseado na lógica e no conhecimento sensível e associado à Escolástica –, foi uma das realizações mais marcantes do Ocidente latino, e teve lugar, sobretudo, no ambiente da Universidade. À discussão epistemológica, associou-se o debate institucional, acirrado pelas disputas entre seculares e mendicantes, com destaque para a atuação de Boaventura de Bagnoregio (c.1217-1274), ministro-geral da Ordem Franciscana e mestre da Universidade de Paris. Em suas formulações acerca do conhecimento e do estatuto da Ordem Franciscana, Boaventura inseriu-se no debate universitário, tendo estabelecido as bases para o pensamento franciscano e para a atuação da Ordem – na Igreja e na Universidade.
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MAGALHÃES, Ana Paula. The medieval university and the ethos of knowledge: Franciscan friars, patristic tradition, and scholastic ‘instruments'. Acta Scientiarum: Education, Maringá, v. 37, n. 3, p. 237-245, jul./set. 2015.