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Tempo e história em Santo Agostinho

O objetivo principal deste ensaio é o de apresentar como se constituiu um modelo teológico da filosofia da história em Santo Agostinho que tem a Providência divina como o seu princípio de determinação, o tempo linear sucessivo como a sua forma de desenvolvimento e a salvação como a sua finalidade. Para o proposto, focamos nossa análise em A Cidade de Deus, especialmente, nos livros de XI a XXII e nas Confissões, no livro XI, acerca do tempo. Apresentamos a seguinte estratégia expositiva em nossa interpretação: 1°, analisamos o entendimento que Agostinho tem do conceito de tempo, como sentido interno na alma e sucessivo em sua relação com a eternidade, exposto no livro XI das Confissões, para melhor, compreendermos a ideia de tempo linear progressivo projetada em A Cidade de Deus como fio condutor da história humana; 2°, nós interpretamos a distinção estabelecida pelo autor na origem, entre duas cidades, a de Deus e a terrena, enfatizando que há uma tensão entre ambas, entre o bem e o mal, em decorrência do livre-arbítrio humano, que faz com que história se desenvolva. 3º, por fim, consideramos o processo de desenvolvimento e os fins das duas cidades, narrada na perspectiva bíblica da ação dos grandes patriarcas em suas relações de obediência e desobediência a Deus, ligando à história progressiva da salvação.

Citação completa

JULIÃO, José Nicolao. Tempo e história em Santo Agostinho. Veritas, Porto Alegre, v. 63, p. 408-435, 2018.