Essa pesquisa explora as interações entre a Coroa inglesa e os reis irlandeses de Connacht no século XIII sob a perspectiva da teoria dos jogos. Suas balizas temporais são o início do reinado de Cathal Crobhderg Ó Conchobhair (1189-1224) e o final do reinado de seu neto, Áed “na nGall” Ó Conchobhair (1265-1274). A partir da análise dos anais irlandeses e dos documentos produzidos pela administração central inglesa, busquei sistematizar, com o auxílio de um modelo jogo-teórico, como pressões externas e a necessidade de preservar a governabilidade entre seus súditos influenciaram ou inibiram a cooperação entre chefes gaélicos e a Coroa inglesa. Concluo que, no decurso do século XIII, houve uma transição entre uma conjuntura, na qual a cooperação entre estes atores era uma estratégia favorável, e outra, em que alianças começaram a se mostrar como empecilhos. Embora as hostilidades resultantes tenham culminado em guerras, quebras dinásticas e devastação material, estas decisões não parecem ter constituído crises de governabilidade. Pelo contrário, o padrão de ação de atores irlandeses e ingleses parece sugerir que o antagonismo entre eles foi um curso de ação necessária para preservar o apoio de vassalos dentro do clã e do reino, respectivamente.
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MARINO CARVALHO, Vinicius. Os reis de Connacht e a Coroa inglesa, 1189-1274: uma abordagem jogo-teórica. 2016. 264 f. Dissertação (Mestrado em História Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.