Boaventura de Bagnoregio (1217-1274), ministro-geral da Ordem Franciscana (1257-1274) e mestre de Teologia na Universidade de Paris, é considerado um importante herdeiro do pensamento agostiniano, e imprimiria essa característica à sua Ordem e ao conjunto de sua produção. Agostinho considerava o homem como um ser limitado por sua natureza pecadora a partir da Queda, mas reconhecia a possibilidade da reconciliação com o Criador por meio da ação humana no mundo, indiferentemente aberto às duas Cidades. Boaventura, por sua vez, concebeu seus frades como representação da condição peregrina do homem no mundo, e a pobreza – assim como o conhecimento –, como uma via para a perfeição evangélica e para a redenção dos homens. Neste capítulo, procuraremos demonstrar a forma pela qual a concepção agostiniana do homem e de sua trajetória no mundo foi assimilada por Boaventura e serviu como base para o modelo franciscano de cristão.
Citação completa
MAGALHÃES, Ana Paula. Os frades de Boaventura na Cidade dos Homens: os franciscanos e a concepção monástica de Agostinho. Pluri Numero Zero: Percursos, v. 1, São Paulo, n. 1, p. 77-90, jul./dez. 2018.
Palavras Chave