Este artigo trata das relações entre o culto santoral e as comunidades urbanas da Itália medieval. Por meio do estudo de caso de uma hagiografia minorita situada entre os séculos XIII e XIV, o objetivo é investigar como esse gênero retórico serviu de monumento à exaltação patriótica e à construção de identidades cívicas urbanas. A metodologia compreende a análise textual mediante os conceitos de representações e o imaginário. Como resultado, espera-se ressaltar o papel decisivo da hagiografia na edificação moral das comunidades político-religiosas, manifestação da simbiose entre política e religião na “Idade Média”.