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O ratio studiorum da Ordem dos Pregadores no século XIII: considerações sobre a relação entre identidade e educação

Em 1259, o Capítulo Geral da Ordem dos Pregadores registra, em sua ata, o que se convencionou chamar de ratio studiorum, uma série de determinações que visavam organizar e regulamentar a prática do estudo entre os frades dominicanos. Inseridos nos grandes centros universitários desde sua fundação, em 1216, os seguidores de Domingos vinham regularmente associando-se às corporações de estudantes e mestres como uma forma de garantir o que consideravam ser sua missão: a cura animarum. A salvação dos cristãos dar-se-ia, principalmente, por meio da pregação baseada no conhecimento apropriado das Escrituras. A ação dos Pregadores suscitava críticas e resistência por parte de outras instâncias eclesiásticas, principalmente entre os clérigos que freqüentavam as universidades, que viam os frades como concorrentes em suas funções pastorais. A própria Ordem também enfrentava discordâncias internas no que se referia ao papel do estudo entre os religiosos. Este artigo pretende demonstrar que o ratio studiorum apresentou-se como um instrumento para fortalecer a identidade dominicana, atrelando-a fortemente à prática do estudo, o que serviria a um só tempo para legitimar sua posição junto à Cúria papal e aos fiéis, e dar-lhe coesão interna.

Citação completa

FORTES, Carolina Coelho. O ratio studiorum da Ordem dos Pregadores no século XIII: considerações sobre a relação entre identidade e educação. Acta Scientiarum. Education, Maringá, v. 33, n. 1, p. 77-85, 23 maio 2011.