Uma das características dos textos hagiográficos é sua capacidade de dialogar com a realidade, oferecendo aos fiéis modelos de vida, de conduta moral e espiritual desejada pelos promotores destas narrativas. As conquistas em África no século XV inauguram um novo palco de ação para os países ibéricos, já acostumados há séculos com a presença muçulmana na Península. A construção discursiva do Martyrium et gesta infantis domini Fernandi, tem por objetivo conseguir junto ao papado a canonização do primeiro santo dinástico. Mesmo com o malogro deste intuito o relato hagiográfico é uma fonte riquíssima para compreender a postura expansionista do Reino português, vista também como uma missão em defesa do cristianismo.
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NASCIMENTO, Renata Cristina de Sousa. O Combate em Nome da Fé nos Relatos Hagiográficos. Revista Crítica Histórica, [S.l.], Ano IV, n. 7, julho/2013, págs. 139-151.
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