Como novo grupo de clérigos inserido em um contexto em que estes abundavam, os irmãos pregadores, constituídos como Ordem ainda na segunda década do século XIII, buscaram estabelecer para si uma identidade que os diferenciasse dos demais. Encontraram-na nos estudos, atividade que, para eles, garantia a pregação bem informada e mais próxima da divindade. Além de investirem na construção de um conjunto sólido de diretrizes que pautavam sua vida de estudos, inseriram-se muito cedo nos ambientes universitários que começavam, também, a despontar na Cristandade. A presença dos pregadores nas corporações universitárias se dá ainda em seus anos de formação, e indica a relevância que o saber emanado dessas instituições tinha para a Ordem.
Nesse artigo, iremos nos debruçar sobre a aproximação entre os frades pregadores e as duas maiores corporações universitárias do século XIII, fundadas nas cidades e Paris e Bolonha. Ao compararmos suas pretensões em um e outro centro, fica-nos patente as intenções dos frades tanto em consolidar sua Ordem como uma societas studii, quanto em formar quadros aptos a corretamente legislar. Partindo da noção de identidade, traçaremos nossas considerações com base em registros variados, que vão de cartas e regra de vida dos frades.
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FORTES, Carolina Coelho. Entre Paris e Bolonha: a inserção dos frades pregadores na vida universitária do século XIII. FORTES, CAROLINA COELHO. Entre Paris e Bolonha: a inserção dos frades pregadores na vida universitária do século XIII. Rev. hist. comp., Rio de Janeiro, v. 12, n. 1, p. 86-121, 2018.