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Definição e predicação do verbo em Aristóteles, segundo Guilherme de Ockham

Linguagem e verdade são dois temas muito presentes nas obras de filósofos e teólogos da Idade Média. Quanto à linguagem, vale ressaltar o modelo de educação que esses pensadores receberam. Começava-se o estudo pelo Trivium, ou seja, pelas três ciências ligadas à linguagem: a Gramática, a Lógica e a Retórica. Dentro deste corpo de disciplinas, podemos ressaltar a recepção e a transmissão quase que constante do Órganon aristotélico. É importante notar que é no Peryermeneias  (De Interpretatione )que aparecem algumas das considerações sobre a linguagem e a verdade que vão perdurar por toda a Idade Média. Aristóteles nos apresenta seu famoso triângulo semântico, considerando que as palavras (sons vocais)significam as coisas através do que ele chama de afecções da alma. Isto foi objeto de comentário, interpretação e reinterpretação ao longo do período medieval, desde o comentário de Boécio até a Alta Escolástica, passando pelos Filósofos Árabes. Essa obra do estagirita ainda apresenta várias questões importantes: a relação entre os elementos materiais da oração (nome e verbo) e as funções predicativas (sujeito e predicado); o quadrado lógico das oposições dos valores de verdade, o problema dos futuros contingentes e muitos outros.

Citação completa

OLIVEIRA, C. E.; Definição e predicação do verbo em Aristóteles, segundo Guilherme de Ockham. In: Marco Aurélio Oliveira da Silva. (Org.). Linguagem e Verdade na Filosofia Medieval. 1ed.Salvador: Quarteto Editora, 2013, v. 1, p. 33-51.