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Da construção de uma memória de santidade ao culto público: reflexões sobre a santidade do bispo Ordonho de Astorga (? -1066)

A Diocese de Astorga, localizada no noroeste da Península Ibérica, foi estabelecida ainda no século III. A despeito da chegada dos suevos, da conquista visigoda, e, posteriormente, da presença muçulmana, este episcopado sobreviveu. Restaurada em meados do século IX, manteve, desde então, uma sucessão regular de bispos. Este artigo se detém no estudo de um desses prelados, Ordonho, que governou essa diocese no século XI. Ele é lembrado em sua Sé como santo no dia 23 de fevereiro. O objetivo central deste artigo é discutir o reconhecimento social deste prelado asturicense como digno de veneração. Parto da hipótese deque no medievo foi constituída uma memória de santidade no âmbito literário para Ordonho, a partir de um evento que contribuiu para a legitimação da monarquia castelhano-leonesa, e que circulou por séculos. Somente a partir do século XVIII, devido a um novo evento, o seu culto público começou a ser promovido pelo episcopado de Astorga

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SILVA, Andréia Cristina. Da construção de uma memória de santidade ao culto público: reflexões sobre a santidade do bispo Ordonho de Astorga (? -1066). Tempo, Niterói, v. 25, n. 2, 382-404, mai./jul. 2019