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Calendário Litúrgico e poder episcopal nos reinos romano-germânicos: considerações historiográficas

Vinculada ao PPGHC-UFRJ, nossa pesquisa de doutorado analisa, no âmbito da Nova História Política (NHP) e em acordo com os referenciais teóricos de Pierre Bourdieu e a noção de calendário fornecida por Jacques Le Goff, as formas discursivas de dominação e distinção, bem como de projeção de controle e ordenamento de práticas e temporalidades sociais estabelecidas pelas autoridades episcopais na Primeira Idade Média (séculos IV-VI). Desta forma, a nossa investigação aborda o calendário litúrgico então em formação – sobretudo os ciclos temporais da Páscoa e do Natal –, tidos como instrumento e expressão do poder episcopal, em afirmação especialmente nas cidades. Ladeado, portanto, pela afirmação do poder citadino dos bispos e pelo assentamento e posterior consolidação dos reinos romano-germânicos no Ocidente, o calendário torna-se então um dos vetores de cristianização. Nesse artigo, demonstramos que a historiografia esteve pouco atenta ao estudo dos calendários como meios de fortalecimento eclesiástico no período, ao negligenciar a importância assumida pelas festas cristãs do Natal e, em especial, da Páscoa neste processo.

Citação completa

SILVA, Paulo Duarte. Calendário Litúrgico e poder episcopal nos reinos romano-germânicos: considerações historiográficas. Brathair, São Luís, v. 12, n. 1, p. 137-151, 2012.