A Ordem do Hospital esteve presente na Península Ibérica desde os primeiros anos do século XII e atuou de forma muito significativa na região da Galiza, ao longo dos Caminhos de Santiago, principalmente praticando atividades assistenciais e caritativas. A existência dos Hospitalários no noroeste ibérico teve como sustentáculo as doações e privilégios régios e pontifícios dos reis de Castela, Leão e Portugal e dos Sumos Pontífices. Nesse contexto, este capítulo procura analisar essas doações e privilégios no espaço geográfico compreendido como Reino da Galiza, dentro de um recorte temporal que se inicia no século XII e vai até o século XV. Para este estudo, foram analisados diversos documentos das comendas da Ordem de São João na Galiza e concluiu-se que a presença dos Hospitalários, desde o início do século XII, foi determinada pela capacidade de prestar serviço e assistência aos peregrinos que se dirigiam a Santiago de Compostela, tanto pelo Caminho Francês, como por rotas secundárias procedentes de outras regiões. Quanto ao patrimônio hospitalário na Galiza, podemos afirmar que a maior parte dos bens imóveis da Ordem se foi configurando nos primeiros séculos mediante frequentes doações, tanto por parte de monarcas, interessados em aumentar e favorecer a peregrinação ao sepulcro de São Tiago, como de particulares.