Analisar as relações entre o local e o global é uma forma de superar ultrapassadas relações dicotômicas e etnocêntricas que, por vezes, permanecem a orientar a escrita da história. Diante disso, o objetivo do artigo é problematizar o uso predominante da concepção de Idade Média eurocêntrica e excludente, presente em diferentes acontecimentos belicosos e violentos do século XX e XXI, discutindo novas interpretações a partir do diálogo com a história global e com os estudos pós-coloniais. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa e exploratória, que procura demonstrar o potencial desses aportes para as pesquisas acerca da Idade Média na atualidade. Conclui-se que é necessário desconstruir um discurso de Idade Média que justifica práticas de intolerância e discriminação para fortalecer uma Idade Média ética e aberta à diversidade, com múltiplas conexões de lugares e saberes.