O presente artigo materializa uma primeira iniciativa dos autores no sentido de dimensionar historicamente o peso e a incidência da violência como mecanismo essencial das relações de dominação no milênio agrário medieval. Sua motivação de fundo deriva do drama cotidiano da violência e das mortes impostas pelo latifúndio na dura realidade das lutas camponesas da atualidade. Da visão de conjunto que aqui se elabora destaca-se a coerção física como um componente constante das relações de produção e extração dos excedentes camponeses pela aristocracia terratenente medieval, praticada em situações e condições diversas ao longo do período. Naturalizada nos testemunhos de época e subdimensionada pela historiografia corrente, a violência cotidiana “daqueles que guerreavam” tinha por lógica primária e campo de expressão primordial a exploração do campesinato, chegando a desdobrar-se nos violentos confrontos intrassenhoriais. Após estabelecer algumas linhas teóricas gerais sobre o papel da violência na História, desenvolvemos estudos de casos sobre a sua ocorrência em contexto medieval, privilegiando suas manifestações no quadro da dominação social do campesinato pela aristocracia.
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BASTOS, M. J. M. ; DAFLON, E. C. . Indícios da Violência Senhorial no Milênio Medieval. BRATHAIR (ONLINE), v. 17, p. 137-154, 2017.
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