O objetivo do presente artigo é desenvolver um esforço de caracterização de uma instituição rural visigótica – o conventus publicus vicinorum – que, decerto pela exiguidade de referências documentais, mereceu até o momento pouquíssima atenção dos historiadores. A partir do debate sobre as configurações e os limites da dominação senhorial na Península Ibérica visigótica (séculos VI a VIII) abordo as formas de articulação camponesa. Considerando a diversidade de estatutos sociais que compunham o campesinato, bem como o quadro mais geral de relações sociais no qual essa classe se inseria, seremos capazes de entender a relevância e os limites dos conventibus publicis vicinorum como um elemento de organização da comunidade e da resistência camponesa no contexto em questão.
Citação completa
DAFLON, Eduardo. Tumultos e clamores: assembleias rurais e resistência camponesa na Hispânia Visigoda (séculos VI-VIII). Brathair, São Luís, v. 15, n. 2, p. 132-167, 2015.