A tirania foi um dos temas recorrentes nos estudos produzidos desde a antiguidade grega. No século XIV, homens de saber como o chanceler florentino Coluccio Salutati, também se dedicaram ao assunto. Para além de sua obra intitulada De Tyranno, de 1400, que propõe uma abordagem que considera a produção literária escrita sobre a tirania e o tiranicídio, Salutati também escreveu uma série de missivas sobre a mesma questão, entre 1375 e 1378, nas quais expõe suas teorias sobre o estado tirânico e as bases da vida civil. O objetivo da presente comunicação é realizar uma análise, ainda que breve, da teorização construída pelo chanceler, especialmente em seu tratado, a fim de relacioná-lo ao momento histórico no qual foi produzido. A proposta é tentar compreender quem seria esse tirano apresentado pelo literato e qual o posicionamento do chanceler em relação ao tiranicídio, tema que não foi tão explorado durante os séculos anteriores.