clear

O debate historiográfico sobre a passagem da Antiguidade à Idade Média: considerações sobre as noções de Antiguidade Tardia e Primeira Idade Média

Poucas obras tiveram tanta repercussão historiográfica quanto a de Edward Gibbon. Desde então, historiadores da Antiguidade e medievalistas discutem sobre o período que corresponde à desarticulação do Ocidente imperial e à expansão do cristianismo e do islamismo. Até meados do século XX, prevaleceu a perspectiva pessimista, identificada pelo epítome de “declínio” imperial. Em reação a tais premissas desponta o conceito de Antiguidade Tardia que, ao enfatizar a noção de “transição”, atenua o conteúdo catastrófico das análises e dispensa noções correlatas, como a das “trevas” medievais. Em resposta às limitações desta perspectiva, alguns autores aventam a noção de Primeira Idade Média. Nesse artigo, examinamos as potencialidades e limitações das duas abordagens correntes, indicando, assim, o uso da noção de Primeira Idade Média ao estudo do Ocidente, como preferencial.

Citação completa

SILVA, Paulo Duarte. O debate historiográfico sobre a passagem da Antiguidade à Idade Média: Considerações sobre as noções de Antiguidade Tardia e Primeira Idade Média. Revista Signum, v. 14, n. 1, p. 73-91, 2013.