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Mulheres e poder: estratégias para o sucesso das famílias dirigentes de Colônia na Idade Média tardia

A discussão sobre o tema mulheres e poder político na Idade Média é geralmente restrita às mulheres da nobreza, especialmente aquelas que desempenharam funções como regentes de seus filhos menores ou como rainhas. Mas quando a análise enfoca mulheres não nobres, mesmo essa efêmera participação política desaparece: um dos raros casos de consenso entre os medievalistas é que nas cidades a participação política direta das mulheres não era permitida. Sobre esse tema Le Goff considera que a situação das citadinas – no que diz respeito a independência, mobilidade, prestígio e poder – era consideravelmente pior do que a das suas contemporâneas da nobreza ou do clero. Embora sem refutar essa interpretação dominante, penso que – com base nos dados disponíveis para as mulheres da elite dirigente da cidade de Colônia – é possível rediscuti-la, incorporando a participação das mulheres no comércio e artesanato como parte da divisão social do trabalho que permitiu que os homens dessa elite – esposos, filhos, irmãos – se dedicassem a uma atividade prestigiosa, mas não remunerada.

Citação completa

ALMEIDA, Cybele. Mulheres e poder: estratégias para o sucesso das famílias dirigentes de Colônia na Idade Média tardia. De Medio Aevo, v. 6, n. 1, p. 129-146, 2017.