Tanto os autores helenísticos como os tardo-antigos acentuavam a importância da História como mantenedora das tradições ancestrais e dos acontecimentos mais recentes, todos recuperados, por um lado, pela própria memória pessoal que, ao ser eternizada pelos manuscritos, se tornava memória coletiva, e pelos documentos que relatavam o passado. Ambas memória e História poderiam servir como vias à elaboração duma identidade com fins políticos ou acentuar as distintas identidades de grupos sociais segundo seus antepassados. Buscaremos, no presente estudo, analisar se tais perspectivas podem ser encontradas no exemplo do reino hispano-visigodo, com maior ênfase nos escritos de João de Biclaro e de Isidoro de Sevilha.
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FRIGHETTO, Renan. Memoriae conseruandae causa facit: a memória e a história como veículos da construção das identidades no reino hispano-visigodo de Toledo (finais do século VI – primórdios do século VII). De Rebus Antiquis, ano 2, n. 2, p. 1-18, 2012.