O estudo das noções de sujei to e de identidade pessoal remonta às origens da investigação filosófica. Nossa condição de sujeitos dotados de uma racionalidade consciente, auto-consciente e constitutiva de uma identidade foi abordada a partir de inúmeras perspectivas teóricas ao longo do tempo. Diferentes filósofos ressaltaram ora o papel de supostas idéias a priori na constituição da subjetividade. ora destacaram a impo1tância da experiência perceptual nessa constituição. Muitos deles privilegiaram as capacidades cognitivas capazes de conceber a noção de alteridade ou, ainda, enfatizaram a importância cognitiva da linguagem comum como ‘construtora’ da subjetividade. só para citar algumas dessas perspectivas. Nesse contexto. a inquietação a respeito de como pode um sujeito ser considerado idêntico a si mesmo ao longo do tempo surge como um problema filosófico dos mais relevantes. Tal indagação se impõe. cm especial, quando consideramos suas implicações éticas e psicossociais. uma vez que as propriedades corpóreas e os conteúdos mentais do sujeito se alteram no decorrer de sua vida.