O presente artigo tem como objetivo trazer o conceito de consciência de globalidade para a análise de culturas pré-modernas, tendo como objeto de estudo as crônicas cosmográficas medievais, tipificadas por Anne-Dorothee von den Brincken (1969), como imago mundi. Serão trazidos para a análise trechos da imago mundi do Atlas Catalão (1375) e do Libro de las Cruzes (1961/1259), com foco nesse último. A considerar a definição de consciência de globalidade de Roland Robertson (1999) como a percepção da conectividade e interdependência entre as partes e o todo, pretende-se evidenciar como, historicamente, essa compreensão do mundo foi experimentada e manifesta nesse tipo de fonte. Como metodologia, aplica-se a análise hermenêutica da fonte – no sentido de entendê-la em sua racionalidade própria – em relação com a interpretação heurística. Por essa via, serão também apontadas algumas contribuições que o conceito consciência de globalidade traz à perspectiva de história global e a compreensão da cosmovisão medieval manifesta na fonte.
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SILVEIRA, ALINE DIAS DA. Imago mundi: consciência de globalidade e cosmografia medieval. ANOS 90 (ONLINE) (PORTO ALEGRE), v. 29, p. 1-21, 2022.
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