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Entre Celtas e Germânicos: a odisséia de Artur no imaginário medieval

O presente ensaio pretende discutir a tradicional tese da procedência céltica das narrativas e mitos concernentes ao Rei Artur e ao Santo Graal, com lastro, principalmente, na vasta obra de Heitor Megale, reconhecido como maior autoridade em estudos de A Demanda do Santo Graal no universo luso-brasileiro. À origem celta advogada por Megale, este trabalho contraporá as recentes investigações antropológicas e lingüísticas dos antropólogos norte-americanos Scott Littleton e Linda Malcor. Suas conclusões recolocam as origens remotas do Santo Graal e de Artur em uma cultura ancestral, que se espraiou por toda a área eurasiana, e permaneceu por tempos incógnita: o espólio alamano das sagas Nart. A partir desta interface, sugere-se que os mitos arturianos desenvolveram-se, efetivamente, a partir de uma matéria-prima alamana, que então se fundiu a tradições celtas e greco-romanas durante o período medieval; hibridação mediada pelo Cristianismo e levada a efeito no contexto da dialogia entre cultura letrada de alto repertório e cultura oral popular.

Citação completa

BACCEGA, Marcus. Entre Celtas e Germânicos: a odisséia de Artur no imaginário medieval. Brathair, São Luís, v. 7, n. 2, p. 3-27, 2007.