Embora seja claro que Tomás de Aquino considera que há um componente corporal envolvido na sensação, não é claro se a sensação se identifica com ou apenas é acompanhada necessariamente de uma modificação corporal. O artigo defende uma leitura fisicalista da relação entre cognição e modificação fisiológica na sensação, contra um certo tipo de leitura tradicional que se apoia na noção de recepção espiritual para atribuir algum grau de dualismo à teoria tomista da percepção sensível. A posição fisicalista é justificada a partir da passividade da sensação em relação a seus objetos próprios, o que por sua vez é justificado pelo contraste entre o modo de conhecimento dos anjos e o dos homens.
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GUERRERO, Markos Klemz. Corporeidade e passividade da sensação segundo Tomás de Aquino. Revista Enunciação, v. 3, p. 109-130, 2018.