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Apropriação simbólica (e senhorial!) da natureza na Península Ibérica (século IV-VIII)

Proponho-me, no presente artigo, a abordar a concepção de natureza e das relações travadas pelos homens com este seu “laboratório inorgânico de existência” expressa em fontes diversas elaboradas no contexto da Sociedade Ibérica do século IV ao VIII. Ver-se-á a difusão, no período em questão, de uma concepção de natureza como obra da Criação e concessão divina em usufruto humano, tornando-a dom de uma divindade  suprema que institui, na base da sua própria ação original, o elemento primário da submissão irrevogável destes ao dominus celestial. Traduzindo-a em uma expressão, a concepção cristã de mundo (e de natureza, pois) veiculada pelas elites ibéricas fundamentou-se, concentrou-se e se articulou em torno do exercício e da manifestação de poder, inserindo a divindade no curso da história e, a partir dessa inserção, desvelando uma ordem social e sagrada calcada em vínculos pessoais, dependências, fidelidades, poder e submissão.

Citação completa

BASTOS, Mário Jorge. Apropriação simbólica (e senhorial!) da natureza na Península Ibérica (século IV-VIII). Signum, v. 11, n. 1, p. 67-87, 2010.