No turbilhão de acontecimentos que elevou a segunda dinastia portuguesa, há um projeto que valoriza o registro escrito, de natureza humanista, cujo ápice na Baixa Idade Média seria vivido a partir da nomeação de Fernão Lopes cronista régio. Apesar de a valorização refletir novas tendências, no Livro da Montaria, do rei D. João I e no Leal Conselheiro, de seu sucessor, D. Duarte, códigos medievalizantes persistem quiçá para responder às aspirações da velha nobreza e para educar a nova, de raiz secundogênita. No primeiro livro citado, é a soberba o pecado mais grave a ser evitado. Já no Leal Conselheiro, o rei faz o exorcismo da sua tristeza e pede que se evitem os amores… Jamais a prosa autorizada daria azo às paixões; era a aposentadoria de Fernão Lopes, longa vida a Zurara.
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GUIMARÃES, Marcella Lopes. A ensinança de evitar o pecado na prosa de D. João I e D. Duarte. Revista de História da UPIS, Brasília, v. 1, p. 25-41, 2005.
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