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Relações de negociação e conflito entre o rei Afonso III, de Portugal e o clero (século XIII): algumas reflexões

Igreja e nobreza são as duas principais instituições de poder na sociedade feudal. A Igreja é composta pela ordem dos oratores esses são detentores do poder espiritual, através da retórica difundem os ensinamentos de Jesus na terra e as normas de boa conduta, cujo objetivo é conduzir os cristãos à salvação. A nobreza tem como principal representante o rei, esse exerce o seu poder temporal, com o apoio e ajuda da cavalaria, que realiza as suas conquistas e por meio das armas coloca em prática as medidas estabelecidas pelos eclesiásticos para o bom ordenamento social. A  partir das relações entre o poder espiritual e temporal utilizados  para o bom ordenamento da sociedade, pretendemos analisar as negociações e conflitos que giram em torno da ascensão e das  práticas realizadas pelo rei Afonso III, o conde de Bolonha, usando como fonte  A Crónica dos  sete primeiros reis de Portugal. O rei Afonso III foi enviado pelo papa para substituir o seu irmão Sancho II, diante da insatisfação da Igreja e da nobreza que não o viam como um bom governante. Sua finalidade era organizar o reino luso e atender os interesses do clero. O documento em estudo  produziu uma imagem positiva do soberano, enfatizando o bom relacionamento com a Igreja. Porém o monarca exerceu ações contrárias a essa instituição provocando a reprovação de seu mandato. As discordâncias entre a Igreja e o monarca Afonso III não foram abordadas na crônica,  pois sua intenção era apresentar um rei ideal da história de Portugal

Citação completa

ZIERER, Adriana; MESSIAS, Bianca Trindade. Relações de negociação e conflito entre o rei Afonso III, de Portugal e o clero (século XIII): algumas reflexões. Revista de História Helikon, Curitiba, v. 2, n. 2, p. 94-113, 2014.