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Questões sobre classes, dominação e conflitos sociais na Alta Idade Média

Exceto para uma História que se mobiliza, atualmente, muito mais pelas supostas continuidades do que pelas mudanças, os períodos das grandes transições continuam a suscitar o esforço interpretativo dos especialistas. É longa a lista daqueles que se dedicaram ao problema da transição da Antiguidade ao Medievo, debruçando-se sobre um período mal – e desigualmente – iluminado pelas fontes para estabelecer diversas vias interpretativas do fenômeno. Em que pese a superação da perspectiva catastrófica que fazia enfermar as análises pioneiras daquele contexto, foram também expurgadas das abordagens correntes o reconhecimento da centralidade das manifestações das contradições e dos conflitos sociais como motores fundamentais da transformação social no contexto em questão. A documentação de época nos remete, se apoiados por um referencial teórico adequado, a um processo decorrente das contradições e do jogo de ações e reações que materializam os conflitos e o movimento da História. A transição da Antiguidade à Idade Média foi pautada por manifestações de antagonismo social diversas, o que nos permite considerar que o âmbito dos confrontos era, então, o da própria sociedade.

Citação completa

BASTOS, Mário Jorge. Questões sobre classes, dominação e conflitos sociais na Alta Idade Média. Sociedades Precapitalistas, v. 5, n. 1, p. 1-12, dez. 2015.