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Por entre as arestas do inquérito: a circulação de informações na prisão e o interrogatório de Henri Pòmpignac, c. 1476-1477

A multiplicação da capacidade do poder real de levantar informações por meio de um aparato judicial cada vez mais complexo tornava a guerra da fixação de memórias por escrito bastante desigual na segunda metade do século XV. Os príncipes, por mais que se organizassem por meio de ligas, cartas, selos e promessas, estavam diante de um poder real cada vez mais intrusivo, bem informado por espiões e comissionados, economicamente hegemônico e militarmente muito superior. A despeito do esforço de preservação da honra alto-nobiliárquica e da razoável fidelidade demonstrada pelos fiéis de Nemours, a capacidade de produção de verdade jurídica do inquérito extraordinário era algo profundo. Inquirir, comparar, classificar, coagir, moldar percepções eram, em conjunto, uma poderosa arma do poder real.

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FERNANDES, Fabiano. Por entre as arestas do inquérito: a circulação de informações na prisão e o interrogatório de Henri Pòmpignac, c. 1476-1477. História, São Paulo, v. 39, p. 1-29, 2020.