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O antirrealismo nominalista de Guilherme de Ockham a partir do Comentário à Isagoge de Porfírio

O problema dos universais (gêneros e espécies) é tão antigo quanto a própria Filosofia e, embora tenha assumido diferentes nuances ao longo da história, em todos os tempos sempre esteve associado à especulação ontológica concernente ao ser enquanto ser. Com efeito, o fisicalismo pré-socrático, o dualismo platônico e a ousiologia aristotélica nada mais foram do que distintos desdobramentos da ciência do ser e, por conseguinte, da mesma questão dos universais. Todavia, a problemática como tal foi formulada na Isagoge de Porfírio, no século III d. C., e à luz da tríplice indagação proposta por esse autor, os filósofos medievais retomaram os textos de Platão e de Aristóteles na tentativa de encontrar uma solução satisfatória. Guilherme de Ockham, no início do século XIV, proporá uma resposta sui generis: fundamentando-se na Metafísica do Estagirita, sustentará que os universais não possuem existência ontologicamente real (antirrealismo), mas, ao contrário, são conceitos mentais ou, ainda, nomes que se referem a uma coletividade de seres individuais (nominalismo). Desse modo, o pensamento ockhamista realiza uma desconstrução do estatuto ontológico dos universais reduzindo-os ao plano epistomológico-lógico-linguístico. Para melhor elucidar as concepções do Princeps Nominalium, se apresentará, inicialmente, a evolução do problema e, em seguida, se analisará um excerto extraído da sua Exposição ao Livro dos Predicáveis de Porfírio, isto é, o Comentário à Isagoge.

Citação completa

LEITE JUNIOR, Pedro Gilberto da Silva; BORGES, William Saraiva. O antirrealismo nominalista de Guilherme de Ockham a partir do Comentário à Isagoge de Porfírio. Thaumazein, Santa Maria, v. 8, p. 59-73, 2015.