Isidoro de Sevilha, falecido em 636, foi alvo de veneração durante todo o medievo. Contudo, com a trasladação das suas relíquias de Sevilha para Leão, ocorrida em 1063, diversas legendas, que sistematizaram e transmitiram novas informações sobre o Sevilhano, começaram a ser compostas. Desta forma, ocorreu a ampliação da memória hagiográfica sobre o bispo, finalizada na primeira metade do século XIII. Nos capítulos dedicados ao prelado nos legendários abreviados elaborados na Península Ibérica na segunda metade desse século pelo Dominicano Rodrigo de Cerrato e o Franciscano João Gil de Zamora, tais memórias são incorporadas. Por meio da comparação desses dois textos, em perspectiva historiográfica, foram identificados aspectos comuns e particulares, que foram analisados à luz do contexto de produção. A conclusão proposta é que os legendários imprimem sentidos distintos à figura de Isidoro. Enquanto o cerratense apresenta o bispo como um santo com perfil universal, o egidiano delineia um santo com uma vinculação particular com a monarquia castelhano-leonesa.
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DA SILVA, ANDRÉIA CRISTINA LOPES FRAZÃO. Isidoro de Sevilha nos legendários abreviados mendicantes hispanos do século XIII: uma abordagem historiográfica em perspectiva comparada. ANOS 90 (ONLINE) (PORTO ALEGRE) v. 28, p. 1-24, 2021.