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Gnosticismo político. Três teses de Eric Voegelin sobre Joaquim de Fiore

RESUMO:  O artigo examina três teses atribuídas por Eric Voegelin (1901-1985) a Joaquim de Fiore (1162-1205), que estão na base da elaboração do chamado gnosticismo político. São elas: a tese do imanentismo histórico ou da redivinização da sociedade, a do fim do cristianismo e a do simbolismo gnóstico da política moderna. Entre os resultados, destacamos que o imanentismo histórico se baseia em uma espécie de maniqueísmo ao afirmar que a providência divina não mais atua no curso da história, do que resulta que o mundo não tem mais sentido e significado. Em segundo lugar, destacamos que o fim do cristianismo, atribuído ao pensamento joaquimita com base na supervalorização do estado espiritual e do Evangelho eterno, apenas se sustenta a partir da aceitação de que a teoria trinitária de Joaquim de Fiore acentua a tríade pessoal em detrimento da unidade. Por fim, destacamos que a simbólica do gnosticismo político também carrega as mesmas distorções projetadas na Filosofia da História do abade, as quais se derivam em grande medida da leitura deficitária do seu pensamento trinitário.

Citação completa

ROSSATTO, Noeli Dutra. Gnosticismo político. Três teses de Eric Voegelin sobre Joaquim de Fiore. Araripe - Revista de Filosofia, v. 1, p. 63-79, 2020.