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Entre o longe e o perto: o belo e o bom nas primeiras viagens portuguesas

Os escritos dos portugueses quatrocentistas sobre as terras africanas deixam entrever certas recorrências de impressões sobre ideais de perfeição que não escondem as bases éticas em que se amparam, ou melhor, os princípios ético- morais que os sustentam se fazem ver nos juízos que indicam uma avaliação positiva ou negativa sobre os lugares distantes. O presente ensaio empreende um levantamento de atributos do belo no que diz respeito especificamente às gentes observadas alhures em comparação com as do lugar de origem, com a finalidade de notar certas regularidades na construção de uma memória da expansão portuguesa – com a qual colaboraram também enviados estrangeiros – em que o duplo bom e belo e seus corolários serviram para tornar inteligíveis as novidades e as estranhezas. Ordem, grandeza, harmonia, prudência, fortaleza, ataviamento, em contraponto à bestialidade, à desproporção, à força meramente física, à temeridade e ao despojamento, bem como a inclusão de impressões sobre a cor da pele, são alguns dos aspectos explorados na leitura das configurações históricas dos juízos emquestão dentro do jogo específico das viagens portuguesas quatrocentistas.

Citação completa

FRANCA, Susani Silveira Lemos. Entre o longe e o perto: o belo e o bom nas primeiras viagens portuguesas. Revista Portuguesa de História, Coimbra, v. 46, p. 65-82, 2015.