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Desumanizando o judeu medieval: sangue e pecado

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a construção do estereótipo medieval do judeu, no assim denominado Ocidente medieval, nos séculos XI até o XIII. A problemática central é como numa sociedade medieval os mitos e as representações circulam, ora da cultura clerical no sentido da cultura popular, ora no sentido oposto. O período das Cruzadas traz em seu bojo uma alteração radical na percepção dos judeus. A atitude judaica de resistência gera o sacrifício em “santificação do Nome divino” que propicia a morte de muitos judeus, que sacrificam suas famílias e depois se autoimolam. Esta atitude direciona a percepção cristã para uma conspiração judaica que se consolida, geralmente na cultura popular, mas ascendendo, por vezes, até a cultura clerical erudita envidando a construção de diversos estereótipos tais como: crime ritual, a profanação das hóstias e a efeminação dos judeus que são descritos, “sangrando” em função de seus pecados, em especial por causa do deicídio. As fontes são fundamentalmente clericais. Este trabalho é parte de uma pesquisa de Pós Doutorado realizado no EHESS Paris com patrocínio de bolsa da CAPES.

Citação completa

FELDMAN, Sérgio. Desumanizando o judeu medieval: sangue e pecado. In: CAMPOS, A. P. et al (orgs.). Memórias, traumas e rupturas. Vitória: LHPL, 2013, p. 1-15.