O afastamento político de reis legítimos era uma prática comum nos reinos romano-bárbaros da Antiguidade Tardia. As usurpações ou ações tirânicas, em geral violentas, demonstravam a existência de tensões políticas entre os grupos aristocráticos no interior dos reinos que acabavam atingindo o poder régio. Dentre as formas de deposição de reis relatadas na documentação, chama a atenção à imposição da tonsura eclesiástica que transformava um rei em presbítero ou monge, afastando-o definitivamente do mundo secular e da cena política. No presente estudo, analisaremos como a imposição da tonsura foi utilizada como mecanismo político que afastou do mundo secular os reis hispano-visigodos Tulga (640 – 642) e Wamba (672 – 680), alijando-os completamente do trono régio.
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FRIGHETTO, Renan. De rei à clérigo: a tonsura como mecanismo de afastamento político no reino hispano-visigodo de Toledo (século VII). Revista Diálogos Mediterrânicos, v. 18, p. 106-127, jul. 2020.
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