Estudo do papel da viagem no Medievo islâmico, quando ela constituia uma manifestação religiosa e, ao mesmo tempo, uma forma de construção do saber. Como expressão religiosa, a viagem cumpria um papel fundamental, uma vez que a peregrinação ritual à cidade de Meca é um dos cinco pilares da fé muçulmana e uma obrigação para todo fiel. Mas, os deslocamentos também visavam o reconhecimento da condição de homem erudito: viajar pelos domínios muçulmanos para ir ao encontro dos grandes mestres, com os quais seria possível aperfeiçoar os estudos, era condição sine quanon para entrar no seleto reduto dos sábios. Assim, a construção do saber exigia deslocamentos no espaço e no tempo que podiam consumir uma significativa parte da vida. Dada a sua importância, as viagens costumavam ser perenizadas através da escrita, originando um gênero literário conhecido como rihla.
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BISSIO, Beatriz. A viagem e a construção do saber no Islã Medieval. Canoa do Tempo, Manaus, v. 3/4, n. 1, p. 65-95, 2010.
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