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A monarquia visigótica e a questão judaica

Este breve artigo visa a analisar as razões da discriminação e perseguição realizadas pela Monarquia visigótica contra seus súditos judeus entre 589 e 711. Uma vasta legislação canônica e real foi editada nesse período. A reflexão sugerida enfoca a problemática sob a ótica político-religiosa. A busca da unidade territorial e da legitimidade monárquica sofreu inúmeras contestações, geralmente de elementos da nobreza visigótica. A instabilidade gerava uma fraqueza conjuntural e a dificuldade de se estabelecer uma Monarquia forte esbarrava na manutenção do direito da nobreza de eleger seus reis e interferir nos processos políticos. A unidade religiosa serve de bandeira para a busca de uma unidade política e para o fortalecimento da Monarquia. O apoio da Igreja, sacramentando a Monarquia configura-se em gestos diversos, originados a partir do III Concílio de Toledo (589). O reverso da moeda é o apoio do rei aos projetos eclesiásticos, entre os quais a conversão e a submissão dos judeus se revelam uma armadilha fatal. Os convertidos à força serão o “inimigo interno” por um século.

Citação completa

FELDMAN, Sérgio. A monarquia visigótica e a questão judaica. Dimensões, Vitória, n. 20, p. 165-194, 2008.